sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Falando sério...

É "engraçado" como a homossexualidade (e "afins") só interessa e praticamente só é tratada em situações de entretenimento, para fazer comédia... É com esse trocadilho que inicio esse post para tratar, ao contrário do que muitos pensam, de um assunto muito sério!

O que eu vejo nas rodas de amigos é que o assunto sempre é tratado para provocar risos e de maneira debochada. Confesso que, muitas vezes, me vejo obrigada a entrar no jogo para não ser descartada. Atitude covarde e hipócrita a minha, eu sei, mas eu nunca disse que não o era.

Esses dias eu caminhava pela Universidade e me aparece um travestido divulgando uma peça teatral. Isso, obviamente, foi motivo para comentários e mais comentários e pessoas que me parecem homofóbicas riam. Arriscaria dizer que de forma debochada.

Um filho revela à sua mãe sua orientação sexual (aliás, quando é que as pessoas vão parar de chamar de escolha?? Eu desconheço pessoas que escolham ser discrimanadas e optem por levar uma vida praticamente marginal - no sentido de viver à margem da sociedade -, sem poder, muitas vezes, ser quem verdadeiramente são e se expressar livremente, mesmo quando achamos que vivemos em uma democracia e em um país em que o tempo da censura ficou para trás)... Voltando ao "diálogo" do filho com a mãe... Depois de muito silêncio, pior do que qualquer atitude repressiva, violenta ou discriminatória, eis que, como reação ao fato de saber que seu filho era gay, ela diz: "Se você quiser, pago um psicólogo pra você". Realmente, acho que ele precisa de um psicólogo. Não por ser gay, mas por ter uma mãe que acha que ele precise por esse fato.

Aliás, aproveito a oportunidade para dizer que não só ele, como ela e todo o mundo precisa de tratamento mental, até porque as pessoas deveriam se tratar por comportamentos tão contraditórios: discursos homofóbicos e repulsa à "classe" GLBTS concomitantes com criação de situações de divertimento e comédia com o tema.

É por isso mesmo que o mundo não pode ser levado a sério. Acho que deveríamos perceber que tem horas que precisamos parar de brincar e devemos começar a falar sério. Não estou dizendo que devemos abandonar os aspectos artísticos que envolvem o assunto, apenas que esses não devem ser a única forma de análise e conhecimento do tema. Há muita diversidade mundo a fora para ficarmos presos a estigmas. Existem gays, heteros, bis (e outra infinidade de "classificações") afeminados; gays, heteros, bis e até transsexuais e transgêneros que nem desconfiamos de sua orientação; etc. São tantas rotulações e, ao mesmo tempo, são tantas as dificuldades para "enquadrar" os indivíduos a determinado grupo, pois eles são únicos. E isso é SÉRIO! Não é brincadeira...

Onde eu quero chegar? A essa frase: "Uma vez me perguntaram se eu preferia me relacionar com homens ou mulheres. Eu respondi: não me relaciono com gêneros, mas com seres humanos!"

Boa noite!

domingo, 3 de outubro de 2010

"Reflexões no espelho"

Espelho... Uma aparente e simples palavra, que, segundo o dicionário, corresponde à superfície que reflete imagens. Onde eu quero chegar? Pois bem... O fato de a definição se referir a "superfícies" talvez distancie os mais desatentos de superfícies outras que não de objetos ou coisas. Sim!!! Seres humanos (e por que não os animais e vegetais?) também podem representar essa "superfície". Aliás, não só podem, como frequentemente o fazem.

De forma consciente ou inconsciente, todos nós, ao menos uma vez na vida, nos espelhamos em alguém ou desejamos que alguém fosse nosso reflexo. Egocentrismo demais, né? Talvez... Mas por trás disso tudo, existe todo um processo que pode vir a ser fruto de um sentimento de NECESSIDADE de ser reconhecido, apreciado, imitado, igualado... E isso pode se tornar obsessivo, compulsivo... Enfim, doentio...

Acredito que "se espelhar em alguém" até certo ponto é até saudável. Cria-se uma meta, um objetivo, uma motivação de vida. Mas temos que reconhecer que somos singulares e é exatamente nas singularidades que estão nossa essência, nossa força, o que nos torna únicos e especiais. Reflexos podem ser distorcidos, maiores, menores, mais numerosos ou até mais bonitos e melhores do que o que está sendo refletido. Sem contar que o espelho pode estar quebrado! Resta saber como e em quem queremos refletir ou sermos refletidos...

PS: Eu comecei a escrever esse texto há séculos (havia escrito até "e isso pode se"- 03/10/2010) e agora (30/01/2011), na hora de concluí-lo, esqueci o motivo que me levou a iniciá-lo =P