Na minha concepção, qualquer discussão sobre qualquer assunto é válida e enriquecedora, desde que todos os envolvidos ouçam e possam expressar suas opiniões. Infelizmente, nossa sociedade mostra que aquele dito popular “Futebol, Política e Religião não se discute“ é verdadeiro. São três temáticas que alienam as pessoas a ponto de formarem pontos de vista tão fortes e inflexíveis que qualquer coisa que seja dita contra eles, por mais fundamentada que seja, vira motivo de briga ou, na melhor das hipóteses, não é levada em consideração.
Embora eu não conheça a fundo a situação que ocorreu hoje, não podendo, portanto, analisar o caso de melhor maneira, acho esse post válido, pois abordará aspectos de muitos casos reais, lamentavelmente, frequentes.
Geralmente, tudo começa do “acaso“. Está rolando uma conversa pacífica sobre determinado assunto, daí, enfocando-se a religião, alguém coloca um ponto de vista religioso na conversa e, claro, na maioria das vezes, os envolvidos na conversa apresentam difrentes (des)crenças. Então, a conversa aparentemente inofensiva ganha proporções imensas, muito maiores do que as que deveriam ter, partindo-se pra baixaria, muitas vezes. Alguém vai dizer que não é bem assim, se sentindo ofendido e dizendo o que é o certo (pra ele, claro). Mesmo que se peça desculpas depois (fato muito raro), a relação entre os envolvidos dificilmente será a mesma.. Sempre vai haver um rancor, uma rixa ou qualquer outro sentimento negativo em relação ao outro. (Aliás, acho que cabe uma observação interessante aqui: geralmente as religiões pregam sentimentos positivos pelo próximo, mas quando cada um vai defender a sua, é raro se respeitar o outro e comum cultivar sentimentos ruins em relação àqueles que não apresentam a mesma crença. Paradoxal, não?)
Tomar as dores alheias em uma situação dessas não é recomendado. Seria interessante que quem estivesse de fora tentasse acalmar os mais exaltados e não entrasse na briga colocando mais lenha na fogueira.
No final, todo mundo sai com raiva, no mínimo, chateado, vai fazer fofoca com os amigos, fazendo a caveira do outro e instigando a raiva dos companheiros também, quem tá de fora avalia a situação a partir da história que ouviu (que, óbvio, é favorável a quem contou), ninguém leva em consideração o que o outro fallou, ninguém muda de opinião, não se chega a uam verdade absoluta... Enfim, a única coisa que uma discussão dessas produz é um abalo desnecessário no sistema nervoso.
Por isso eu não tenho uma religião definida... Tiro um pouco do que conheço de cada uma, de acordo com meus princípios e opiniões e crio minha própria crença. Mas não é por isso que eu vou sair dizendo que essa é a forma correta de se agir ou impondo meu ponto de vista em relação a isso. Afinal, as outras opiniões também devem ser respeitadas... Não há certo ou errado. Há a crença que te faz bem e aquilo que você faz pra ser feliz. O que não pode é ser feliz às custas da infelicidade e da humilhação alheia.
Também evito ao máximo discutir com quem não se propõe a ouvir e tiro meiu time de campo quando a situção começa a pegar fogo, como fiz hoje.
Bom... Se religião é formada basicamente por aspectos que não se podem provar, acho completamente desnessário estender uma discussão que pode levar a desavenças e inimizades, abalando as estruturas de uma amizade, que antes era saudável e produtiva.
Poupemos nossos nervos e façamos o bem ao outro, ao invés de tentar convencê-lo de que ele está errado e nós somos os detentores da verdade. Na verdade, fazer o bem é uma opção. A idéia é só ressaltar que existem outras coisas melhores e úteis a se fazer.
Sabemos que cada um tem uma crença particular. Não precisamos ficar questionando-a quando se sabe que nada do que dissermos será ouvido... Não gastem saliva à toa... Seu coração agradece.
Mas é claro.. essa é mais uma opinião minha... Você tem todo o direito de não concordar. E eu vou respeitar sua opinião e, posso até aceitá-la se você me apresentar argumentos plausíveis.
Fica aí uma célebre frase de Voltaire pra reflexão:
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
PS: Muito do que foi dito é válido para outros temas, como Fuutebol e Política, fazendo-se as devidas adequações.